quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Base na Antártida ficará pronta em 2016

Projeto será concluído até o verão de 2013/2014; pesquisas seguem em módulos emergenciais e em navios antárticos e de outros países

18 de setembro de 2012 | 3h 02

Felipe Werneck - O Estado de S.Paulo

RIO - A nova estação brasileira na Antártida só deverá ficar pronta em 2016. O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse ontem, no Rio de Janeiro, que o projeto da nova base permanente - que vai substituir a Estação Comandante Ferraz, destruída por um incêndio em fevereiro - será concluído até o verão de 2013/2014, para que a reconstrução seja iniciada neste período.
Fogo atinge a estação Comandante Ferraz - Divulgação
Divulgação
Fogo atinge a estação Comandante Ferraz

Segundo Amorim, serão montados agora os chamados módulos emergenciais, que servirão para apoiar a realização de pesquisas até a conclusão das obras. "Quando se fala em módulo emergencial, parece que não vai acontecer nada, mas na realidade não será uma coisa muito acanhada", disse o ministro. "A ideia é que possamos estar em condições de terminar um projeto no verão de 2013 para 2014 e começar a construção. Aí teremos talvez mais um ano e meio ou dois anos para terminar a nova estação."
Amorim disse que as pesquisas continuarão sendo realizadas até lá com o apoio dos módulos emergenciais, de navios antárticos e de países como Argentina e Chile. "Entendo que nenhum programa sofreu interrupção. Todos continuam, de uma forma ou de outra, apoiados seja nos navios, seja nos módulos ou por outras nações", acrescentou o ministro.
Segundo ele, há quatro brasileiros numa estação chilena que serve de apoio logístico e o País usará também uma base argentina, que ofereceu seis vagas para pesquisas conjuntas.
Amorim disse que os R$ 40 milhões liberados pela presidente Dilma Rousseff após a tragédia já foram totalmente empenhados, principalmente na remoção de dejetos da base incendiada, até mesmo para impedir danos ambientais. No mês que vem, com o término do inverno no continente, a Marinha iniciará os trabalhos de desmontagem das partes da base afetadas pelo fogo.
"Obviamente haverá um custo adicional para as próximas fases e isso a gente vai discutir com o Ministério do Planejamento", disse o ministro, após a abertura da 23.ª Reunião de Administradores de Programas Antárticos Latino-americanos.
Também presente no evento, o comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, disse que projeto da nova base será submetido a concorrência internacional até meados de 2013. "Não sabemos ainda os custos da construção da nova estação porque isso será fruto do projeto, que está sendo avaliado por uma comissão."
O almirante disse que a Marinha mandará três navios próprios para apoiar pesquisadores e contratou um navio mercante para a desmontagem da base incendiada. "Nosso compromisso desde 1982 é apoiar a pesquisa." Os módulos emergenciais serão instalados por uma empresa canadense e poderão abrigar cerca de 60 pessoas.